INFORMAÇÕES
A Quinta da Cardiga tem uma rica história, que remonta a 1169, quando foi doada por D. Afonso Henriques à Ordem dos Templários. Após a extinção da ordem, a propriedade passou para a Ordem de Cristo, que construiu uma granja de veraneio no local. O complexo arquitetônico, atribuído ao arquiteto João de Castilho, inclui a casa nobre, uma capela de Pórtico Manuelino, uma Torre medieval e uma série de edifícios com funções agrícolas e industriais.
Requalificação da Quinta da Cardiga
A Quinta da Cardiga, classificada como imóvel de interesse público desde 1952, será requalificada e transformada em um hotel de quatro estrelas, um projeto que promete fortalecer o turismo na região ribatejana.
Localizada na margem norte do rio Tejo, entre Golegã, Entroncamento e Vila Nova da Barquinha, a propriedade histórica, com raízes que remontam ao século XII, irá abrigar um hotel de luxo com 116 quartos e várias instalações de classe mundial.
Um Hotel para Turistas Exigentes
O novo hotel, adquirido pelo grupo Vila Galé, oferecerá diversas comodidades, incluindo campos de futebol e padel, uma sala de eventos para 800 pessoas, piscinas, ginásios e uma área equestre com picadeiro coberto e descoberto. O projeto visa atrair turistas de alto nível, especialmente os que frequentam a Golegã por sua tradicional atividade equestre, mas que necessitam de opções de hospedagem mais sofisticadas.
LOCALIZAÇÃO
A Quinta da Cardiga está localizada no concelho da Golegã, a cerca de 20 km de Torres Novas. Para chegar de carro, siga estas instruções:
Partida de Torres Novas: Inicie o trajeto a partir do centro de Torres Novas.
Acesso à A23: Dirija-se à Autoestrada A23 em direção a sul, seguindo as indicações para a saída 7.
Saída para a N365: Saia na saída 7 em direção a Golegã/Entroncamento e entre na N365.
Continuação pela N365: Siga pela N365 por aproximadamente 10 km, passando pelo Entroncamento.
Chegada à Quinta da Cardiga: Após cerca de 10 km na N365, encontrará a Quinta da Cardiga à sua direita.
A Quinta da Cardiga: História e Patrimônio de Portugal
A Quinta da Cardiga é um símbolo da história portuguesa, refletindo a presença templária, a expansão da Ordem de Cristo e sua ligação com os Descobrimentos. Sua arquitetura, natureza exuberante e história fascinante fazem dela um patrimônio inestimável. Hoje, a Quinta continua a atrair visitantes, historiadores e estudiosos que buscam compreender melhor a rica herança cultural de Portugal.
Origens e Legado Templário
A Quinta da Cardiga é um dos mais emblemáticos patrimônios de Portugal, situada próxima à cidade de Tomar. Com uma história que remonta ao período da formação da nacionalidade portuguesa, esta quinta teve um papel crucial na expansão e consolidação da Ordem dos Templários no território luso. Em 1169, D. Afonso Henriques doou a propriedade aos Templários, que ali ergueram um castelo, consolidando sua presença na região.
A Ordem dos Templários acumulou vastas terras, incluindo Soure, Pombal, Castelo Branco e Idanha, até Fundão. O domínio templário na região de Tomar se estendia até à Quinta da Cardiga e ao Castelo de Almourol, totalizando cerca de 3.700 quilómetros quadrados. Após a extinção dos Templários, a quinta passou para a Ordem de Cristo e, posteriormente, para particulares no século XIX.
Arquitetura e Património
A Quinta da Cardiga preserva um rico património arquitetónico, com influências manuelinas e renascentistas. Elementos como a Torre de Menagem, a capela e os painéis de azulejos século XVII e XVIII conferem ao local um caráter único. Entre os destaques estão:
A Cruz de Cristo, mantida como símbolo da casa.
A Torre de Menagem, que permanece imponente e vigilante.
O Portal Manuelino, um dos exemplares mais belos desse estilo em Portugal.
A Capela, que abriga um retábulo renascentista representando Nossa Senhora da Misericórdia.
Os Painéis de Azulejos, que datam dos séculos XVII e XVIII.
A Natureza e a Influência do Rio Tejo
A vida na Quinta da Cardiga sempre foi influenciada pelo rio Tejo. Durante os meses quentes, jovens aproveitavam suas águas para banhos e lazer. As “marachas” de salgueiros e canaviais moldavam as margens do rio, que também servia como meio de transporte de mercadorias.
O inverno trazia desafios: as cheias do Tejo transformavam a paisagem e exigiam adaptação da comunidade. Com o passar das estações, a natureza renascia, proporcionando um ciclo constante de renovação e fertilidade das terras adjacentes.
A Vida na Quinta
A Quinta da Cardiga não era apenas um centro histórico, mas também uma propriedade rural ativa. Com casas de habitação, capela, cavalariças, cocheiras, lagar e oficinas, a quinta operava como uma verdadeira comunidade agrária.
Os trabalhadores rurais enfrentavam invernos rigorosos, aquecendo-se junto à lareira e cozinhando em potes de barro. No verão, a quinta era um verdadeiro oásis, com jardins, vinhedos e animais pastando nos campos. As embarcações do porto fluvial retomavam suas atividades, movimentando mercadorias e pessoas.